História da Raça
Ao contrário do que muitos pensam, o Labrador Retriever não é originário da região do Labrador, mas sim da Terra Nova (Newfoundland), no Canadá, onde nadava nas águas geladas para recolher redes de pesca. Sua pelagem curta e impermeável à água evitava que o gelo se prendesse aos pêlos, enquanto o corpo musculoso e a grande tolerância à dor davam-lhe forças para completar a tarefa.
Até onde se sabe, os cães que teriam sido a fundação do Labrador atual foram introduzidos na Inglaterra no início de 1800 até 1885, quando as leis de quarentena (cães que venham de fora da ilha precisam ficar isolados por um período de 6 meses antes de serem liberados para viver na Grã Bretanha) passara a inviabilizar a importação de novos cães.
Nas duas primeiras décadas do século 20, a Inglaterra possuía os canis mais influentes na formação básica da raça como ela é conhecida hoje, entre eles o Lord Knutsford’s Munden Labradors e o Lady Howe’s Banchory Labradors. Já nesta época os Labradores se destacavam como grande campeões, tanto nas competições de beleza, como nas de caçada.
Os "novos" Labradores foram importados para os EUA durante a Primeira Guerra Mundial e na época eram classificados apenas como Retrievers, competindo junto com outras raças que também recebem esta denominação (Golden Retrievers, Chesapeake Retrievers, Bay Retrievers entre outros).
Hoje o Labrador Retriever combina as características do Labrador original e de outros Retrievers. A grande popularidade da raça se deve a sua aparência forte, pêlo macio e de diversas cores, temperamento tranqüilo, amigável e equilibrado, aliados a uma grande facilidade em se adaptar a diferentes condições e a versatilidade no desempenho de diversas tarefas, como busca e resgate de sobreviventes e desaparecidos, guia para cegos, cão de terapia para crianças e pessoas hospitalizadas, caça de diversos tipos de presas, busca e rastreamento de drogas, além de ser um excelente companheiro da família.
Embora numa mesma ninhada possam nascer filhotes com as três cores (Chocolate, Amarelo - que vai do quase vermelho ao creme quase branco - e Preto), os genes das cores escuras são dominantes sobre os das cores claras. No cruzamento de um Labrador Amarelo, com outro Amarelo só nascerão filhotes Amarelos. Se os dois pais são Chocolates, os filhotes podem ser Chocolates ou Amarelos, mas nunca Pretos. Quando dois Labradores Pretos cruzam, os filhotes podem nascer Amarelos, Chocolates ou Pretos.
Por muito tempo acreditou-se que os Labradores Pretos eram os melhores caçadores, os Amarelos os mais preguiçosos e os Chocolates seriam cabeças-duras e teimosos ao extremo. Esta crendice não é absolutamente verdade. Labradores de todas as cores são excelentes cães e companheiros e o único inimigo da raça são os criadores ignorantes e inescrupulosos, que por ganância acabam gerando cachorros sem a menor atenção com o temperamento correto. Como acontece com toda raça que cresce em popularidade, os cruzamentos indiscriminados e descuidados geram animais doentes, física e psicologicamente.
No entanto, por muitos anos, durante o início do desenvolvimento do padrão da raça, a maioria dos Labradores Amarelos e Chocolates eram simplesmente mortos quando nasciam. O preconceito era tanto que só em 1964 a Inglaterra teve seu primeiro Labrador Chocolate premiado. Até hoje é muito mais difícil encontrar os Chocolates participando de competições, sejam conformação ou caça, embora a popularidade da raça esteja crescendo rapidamente entre as pessoas que buscam apenas um bom cão de companhia.
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