O termo seborreia deriva da união de duas palavras etimologicamente distintas: sebo, do latim sebum, que significa gordura ou óleo, e rreia, do grego rhoia, que significa fluxo.Portanto, seborreia seria, ao pé da letra, fluxo de sebo ou gordura pela pele.
A gordura é um constituinte normal da pele, produzida pelas glândulas sebáceas e vital para manutenção da barreira epidérmica e da umidade da pele e do pelo Contudo, tanto o seu excesso quanto a sua falta levam a problemas dermatológicos.
Durante muito tempo, em função das diferentes formas de “seborreia” observadas nas clínicas em cães e gatos, adotou-se a seguinte classificação: seborreia seca e seborreia oleosa. Atualmente, adoteou-se em Veterinária, o termo “disqueratose” para nos referirmos a distúrbios ou alterações no processo de queratinização da pele, ou seja, do processo de morte e renovação pelo qual a epiderme passa diariamente.
Antes de mais nada, é importante salientar que a pele é um órgão extremamente renovável, cuja epiderme – camada mais superficial da pele – é substituída completamente a cada 22 dias nos cães e gatos.
Desequilíbrios neste processo natural de morte e renovação celular levam às disqueratoses.
As disqueratoses podem ser congênitas, ou seja, determinados animais de certas raças já nascem com esta predisposição e os sintomas normalmente aparecem antes de 1 ano de idade. As raças mais acometidas são: Cocker Spaniel, West Highland, Basset Hound, Setter, Dobermann, Shar Pei, Labrador e Pastor Alemão. Nestes casos o proprietário tem que ter em mente que o tratamento apenas aliviará os sintomas mas nunca haverá uma cura definitiva.
O mais frequentemente observado, contudo, são as disqueratoses secundárias, ou seja, aquelas que acompanham ou são secundárias a outras doenças de pele. Como a sarna demodécica, ou sarna negra, por exemplo. Esta é uma dermatite parasitária congênita e hereditária que normalmente vem acompanhada de disqueratose ou seborreia.
Ainda temos muitos outros exemplos: micoses superficiais (doenças de pele causadas por fungos como dermatófitos ou Malassezia), hipotireoidismo (mau funcionamento das tireoides), Síndrome de Cushing (doença endócrina onde há um excesso de cortisol no sangue), deficiências nutricionais (deficiência de vitamina A, de ácidos graxos, de proteínas), infestação por piolhos ou pediculose, alergias (alergia a inalantes ambientais, alergia alimentar, alergia a picada de pulgas).
A seborreia pode se classificada em 3 tipos sendo:
1. Seborreia Seca: caracterizado principalmente pela observação de escamas e caspas no corpo do animal, consequência do ressecamento da pele e pelagem, que pode tornar-se áspera e quebradiça.
2. Seborreia Oleosa: o odor forte e a pele e pelagem oleosas são as principais alterações notadas.
3. Seborreia Mista: o animal apresenta tanto alterações da seborreia seca como da oleosa, em maior ou menor intensidade.
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